A Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) da Arquidiocese de Olinda e Recife está realizando um abaixo-assinado contra os programas policiais de Pernambuco.
Com o objetivo de que as emissoras de televisão cumpram as leis de concessão pública as quais estão submetidas, e respeitem os direitos humanos, sobretudo daqueles mais pobres, a PJMP lançou um manifesto destacando pelo menos quatro programas “que promovem uma espetacularização da violência de forma sistemática, usando, inclusive, o momento de dor daqueles que perderam seus entes queridos, buscando, única e exclusivamente, audiência e lucro”, e nada contribuem para o debate público.
Os jovens estão colhendo assinaturas nas paróquias, escolas e no blog do movimento. O documento será entregue à Assembleia Legislativa de Pernambuco e ao Ministério Público. Essa é mais uma ação que faz parte da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio dos Jovens. Leia o manifesto abaixo.
Assine o manifesto clicando Aqui!PASTORAL DA JUVENTUDE DO MEIO POPULAR
Arquidiocese de Olinda e Recife
CAMPANHA NACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA E O EXTERMÍNIO DE JOVENS
MANIFESTO DE REPÚDIO AOS PROGRAMAS POLICIAIS DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Recife, 01 de Maio de 2011
Violência é “uma ação direta ou indireta, destinada a limitar, ferir ou destruir as pessoas ou os bens”
(Sociólogo H. L. Nieburg).
Vivemos portanto, numa sociedade profundamente marcada pela violência, seja ela interpessoal, estrutural ou institucional. A expressão máxima da violência é a morte, e, em sua face mais perversa, o extermínio. E é de um extermínio que a juventude brasileira está sendo vítima. Todos os dias, dezenas de Jovens são assassinados, vitimas de uma cultura de morte que há muito foi instaurada em nosso país. Esse extermínio chega ao ponto de haver um déficit de homens no Brasil, um déficit só encontrado em sociedades em guerra civil. Encontramos casos de violência bem explícitos na mídia, totalmente descomprometida com as pessoas.
Segundo dados divulgados pela Campanha “Quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania”, dentre as formas mais comuns de desrespeito aos direitos humanos na mídia, estão: discriminação racial, de gênero, por religião e orientação sexual; divulgação de imagens de pessoas internas em instituição de privação de liberdade ou de tratamento de saúde(inclusive, crianças e adolescentes), ou mesmo de pessoas detidas pela polícia, sem autorização das mesmas; imputação de autoria de crime a pessoa sem provas ou condenação transitada em julgado, entre outras.
A realidade pernambucana não é diferente. Podemos aqui citar quatro programas que promovem diariamente um desrespeito aos direitos humanos: Ronda Geral (apresentador Sérgio Dionizio); Bronca Pesada (apresentador Jorge Cardinot); Aqui na Clube (apresentador Jota Ferreira) e Sem Meias Palavras (apresentador Edeilson Lins). Esses programas promovem uma espetacularização da violência de forma sistemática, usando, inclusive, o momento de dor daqueles que perderam seus entes queridos, buscando, única e exclusivamente, audiência e lucro. Isso gera um enfraquecimento do senso critico das pessoas acostumadas com a morte e criminalização, principalmente, das comunidades pobres de nosso estado, além do fortalecimento das posições repressoras como a Pena de Morte, Armamento e Diminuição da Maioridade Penal.
Com a finalidade de promover o respeito aos direitos humanos e à dignidade do cidadão nos programas televisivos, é que elaboramos este manifesto.
Não estamos propondo censura e sim a promoção de um exercício de direito. Não se trata de censura, falso moralismo ou patrulhamento ideológico, pois temos como parâmetros, exclusivamente, instrumentos jurídicos com os quais o Brasil todo está comprometido. Tais instrumentos representam conquistas históricas, fruto do esforço de gerações de cidadãos, e cabe a todos nós preservá-los.
Com esse objetivo é que colhemos assinaturas a favor da reivindicação de que tais programas policiais sejam tirados do ar, em respeito aos direitos humanos e à dignidade das pessoas, na televisão. A situação da violência em nosso país chega a níveis insustentáveis, e não precisamos de programas que difundam, ainda mais, a violência prestando, assim, um desserviço ao País.
Assine o manifesto clicando Aqui!Assessoria de Comunicação AOR com informações da PJMP